Um exemplo apenas. No dia 6 de Dezembro de 2016, à margem de uma reunião entre o general Higino Carneiro, então Governador de Luanda, e o ministro dos Transportes, Augusto Tomás, este último aproveitou a ocasião para revelar que, no mês anterior, tinham chegado a Angola as primeiras 15 de 100 locomotivas encomendadas pelo Governo à General Electric.
No mês de Julho de 2017, mais números vieram a público relativamente ao mesmo dossier, por altura da inauguração do Centro de Formação do Caminho de Ferro de Luanda, empreendimento construído na localidade de Catete e que custou ao Estado Angolano a “módica” importância de 14 milhões de dólares.
Na ocasião, Júlio Bango, o então director-geral do Instituto Nacional dos Caminhos de Ferro de Angola (INCFA), declarou que das 100 locomotivas encomendadas ao fabricante norte-americano o país havia recebido um total de 27 unidades. As restantes 73 locomotivas seriam entregues até ao fim do ano em curso.
Chegados ao mês de Dezembro e estando a escassos dias do final do ano de 2017, todo o mundo está de bico calado. Mais ninguém, com o mesmo espírito de transparência revelado nas ocasiões anteriores, se dignou fazer a actualização dos números relacionados com o dossier da aquisição de locomotivas à General Electric.
Rigorosamente ninguém – ministro ou director nacional do pelouro dos Transportes – vem a público, por via da comunicação social, declarar e demonstrar em que pé anda a referida encomenda de locomotivas. Será que já foram todas entregues às autoridades angolanas?
A ocasião prestar-se-ia igualmente ao afastamento de toda a opacidade em torno deste assunto. Poderia explicar-se também, por exemplo, por que razão três locomotivas deste pacote, anunciadas como tendo sido entregues ao Caminho de Ferro de Luanda, até ao momento ainda não se encontram em circulação. CA