O falso intérprete de língua gestual Thamsanqa Jantjie, que foi acusado de fraude nas cerimónias fúnebres de Nelson Mandela, na passada terça-feira no Estádio Soccer City, em Joanesburgo, está a ser investigado por suspeitas de assassinato.
Segundo a estação sul-africana eNCA, Jantjie, de 34 anos, sofre de esquizofrenia e enfrenta também acusações de sequestro, roubo e assalto a residências. O crime mais antigo remonta a 1994 e o mais recente a 2003, de acordo com a mesma fonte.
A primeira acusação é de violação, em 1994, tendo sido acusado de roubo e assalto a habitações, entre 1995 e 1997. Em 2003, Thamsanqa Jantjie foi suspeito de dois crimes: sequestro e assassinato.
O falso intérprete de língua gestual foi absolvido de várias acusações, por ser considerado inimputável após a defesa ter invocado a sua doença psiquiátrica. No entanto, chegou a ser condenado a três anos de prisão por roubo.
Quanto ao caso mais recente de homicídio, ocorrido em 2003, Thamsanqa Jantjie está ainda a ser investigado. Contactada pela eNCA, a Procuradoria-Geral de Justiça da África do Sul diz não poder pronunciar-se sobre o caso, uma vez que decorre o inquérito.
Na terça-feira, Thamsanqa Jantjie fingiu traduzir para língua gestual os discursos proferidos por líderes políticos e religiosos na homenagem fúnebre a Nelson Mandela, entre os quais Barack Obama, Dilma Rousseff e Raúl Castro, Presidentes norte-americano, brasileira e cubano, respetivamente. Várias associações de surdos garantem que os gestos foram inventados e acusam-no de fraude.
O falso intérprete invocou a esquizofrenia para desculpar-se: "Não havia nada que pudesse fazer. Estava a alucinar e a ouvir vozes. Estava sozinho numa situação muito perigosa. Tentei controlar-me e não mostrar ao mundo o que se estava a passar. Peço desculpa. Foi uma situação da qual não podia sair", afirmou.
Expresso.sapo.pt