Sexta, 29 de Março de 2024
Follow Us

Sexta, 15 Mai 2015 07:24

Detidos três líderes de golpe de Estado no Burundi

As tropas leais ao presidente do Burundi detiveram esta sexta-feira de manhã pelo menos três líderes do golpe de Estado falhado contra o chefe de Estado Pierre Nkurunziza, avança a AFP. Mais é conhecido o paradeiro do seu principal responsável o general Niyombare.

Após um dia confuso, as autoridades do Burundi prenderam três generais pelo seu papel na tentativa falhada de golpe de estado, ainda que o seu principal protagonista, o general Godefroid Niyombare, estivesse ainda em parte incerta.

O general Niyombare anunciou na quarta-feira o golpe e declarou que o Presidente, Pierre Nkurunziza, fora afastado. Este estava na Tanzânia e não conseguiu aterrar em Bujumbura, porque os golpistas tinham encerrado o aeroporto. Mas depois de uma noite e um dia de confrontos, em que não era possível perceber quem estava a dominar, o Presidente conseguiu regressar e esta sexta-feira de manhã foi anunciada a rendição e prisão de três altos responsáveis envolvidos no golpe, um polícia e dois generais – um deles o antigo ministro da Defesa, Cyrille Ndayirukiye, segundo um porta-voz. Este disse não saber onde estava o líder do golpe.

Na véspera, o general disse por telefone a um jornalista da AFP que se ia render. “Espero que não nos matem”, desabafou. Depois disso, não houve mais notícias dele.

Os responsáveis contaram como se separaram já depois de reconhecida a derrota, escondendo-se e esperando a madrugada para se renderem. O antigo ministro da Defesa reconhecera, na quinta-feira à noite, que o golpe falhara. “Encontrámos uma grande determinação militar para apoiar o sistema no poder”, disse.

O anúncio não deverá, no entanto, terminar a crise política no país – o Presidente Nkurunziza tinha saído do Burundi para participar justamente numa conferência com o objectivo de discutir a instabilidade após o seu anúncio de que iria concorrer a um terceiro mandato.

A Constituição só permite dois mandatos de líderes escolhidos por voto popular, e Nkurunziza já cumpriu os dois. Mas o Presidente argumenta – e os tribunais concordaram – que como para o primeiro foi nomeado pelo Parlamento, ainda pode concorrer a mais um.

Protestos contra a decisão e violência após o anúncio de Nkurunziza fizeram 20 mortos e levaram muitos habitantes do Burundi a fugir. 

A candidatura está intimamente ligada a este golpe, já que o seu principal promotor, Niyombare, tinha aconselhado Nkurunziza a não voltar a concorrer. O Presidente respondeu afastando-o da direcção dos serviços de informação.

Na manhã desta sexta-feira um colectivo contra um terceiro mandato de Nkurunziza apelou ao recomeço dos protestos. “Parámos as manifestações enquanto houve confrontos com armas pesadas”, disse Vital Nshimirimana, líder de um grupo “anti-terceiro-mandato”. “Agora apelamos à mobilização dos cidadãos e ao recomeço das manifestações.”

Rate this item
(0 votes)