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Quinta, 12 Abril 2018 14:20

Robert Mugabe sem pressa para abandonar residência oficial

O ex-presidente do Zimbabué, Robert Mugabe, está sem pressa para deixar disponível para o seu sucessor a residência oficial, repleta de objetos e artigos pessoais que guardou ao longo de 37 anos no poder, reconheceu hoje fonte oficial.

Segundo George Charamba, o porta-voz de Emmerson Mnangagwa, Presidente que sucedeu a Mugabe em novembro, a casa está desabitada há cinco meses mas o antigo chefe de Estado zimbabueano "não tem pressa" para entregar as chaves. "A situação continua inalterada", sublinhou.

Nos últimos dias, vários órgãos de comunicação social locais têm manifestado espanto por Mugabe, 94 anos, ainda não ter retirado nenhum dos bens pessoais da residência e de nem sequer ter dado sinais de que o tenciona fazer.

"[Mugabe] está atualmente em Singapura" para, como faz regularmente, consultar os seus médicos habituais, afirmou, conciliador, George Charanga, que também foi, durante muitos anos, porta-voz do antigo ditador.

"Como pode [Mugabe] fazer em dois dias o que não conseguiu fazer desde novembro? Não queremos, de forma alguma, dar a ideia de que o estamos a perseguir", insistiu George Charamba.

Mugabe foi obrigado a demitir-se em novembro do ano passado, na sequência de um "golpe de força" do Exército.

Deixado cair pelo seu próprio partido, a União Nacional Africana do Zimbabué -- Frente Patriótica (ZANU-PF), Mugabe viu-se na iminência de ser humilhado com uma moção de censura no Parlamento, acabando por demitir-se.

"Dono absoluto" da antiga colónia britânica desde a independência, em 1980, o "camarada Bob" foi acusado pelos adversários políticos e, a partir de certa altura, por dirigentes da sua própria força política, de "confundir os bens do Estado com os seus pessoais"

Desde que foi forçado a abandonar a Presidência, Mugabe passa a grande maioria do tempo na sua luxuosa residência particular em Harare, conhecida localmente por "Telhado Azul".

Numa série de entrevistas à imprensa, em março, Mugabe considerou ter sido vítima de um "golpe de Estado".

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