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Terça, 15 Mai 2018 19:12

Fraca divulgação dificulta inquérito sobre despesas, receitas e emprego em Angola

O Inquérito sobre Despesas, Receitas e Emprego em Angola (IDREA), orçado em 10 milhões de dólares, que teve início em março, regista algumas dificuldades na "recolha de dados, devido à sua fraca divulgação", anunciou hoje a coordenação.

A situação foi assumida pelo coordenador técnico do IDREA, Paulo Fonseca, quando apresentava em conferência de imprensa o ponto de situação do inquérito, que tem a duração de um ano, contando com uma amostra de cerca de 12.500 agregados familiares.

"O orçamento do IDREA ronda os cerca de 10 milhões de dólares, prevê também a questão da publicidade, mas estamos um pouquinho demorados devido a questões administrativas, até ao apuramento da empresa que deve elaborar as peças publicitárias", disse.

O IDREA é uma promoção do Instituto Nacional de Estatística (INE) de Angola e visa recolher dados sobre as características sociodemográficas, registo de nascimento, educação e formação profissional, saúde, emprego, habitação, segurança alimentar e nutricional dos agregados a nível do país.

De acordo com Paulo Fonseca, "até ao presente momento as equipas de campo já cobriram 180 conglomerados por província, o que equivale a 3.420 agregados familiares, ou seja, cerca 27% dos agregados familiares do total previsto na amostra nacional".

Ações desenvolvidas pelos inquiridores decorrem entre algumas dificuldades, sobretudo nas zonas rurais, o que fará com que o inquérito venha a ter "zonas cinzentas", como é o caso de uma localidade do município de Ambaca, província angolana do Cuanza Norte, disse Paulo Fonseca.

"Neste município de Ambaca, no Cuanza Norte, a população não deixou os nossos inquiridores recolherem qualquer informação e esta localidade está na nossa amostra e isto poderá afetar a qualidade de informação a recolher, pois a mesa agora ficou já de parte", explicou.

O responsável exortou a população para maior colaboração com os inquiridores desta pesquisa, cuja amostra de 12.500 agregados está distribuída em todas as províncias do país, com um percentual de 5% por província, tendo Luanda, capital de Angola, o dobro da amostra.

Dificuldades para aceder a algumas zonas de difícil acesso pelo interior de Angola, constam igualmente de outros constrangimentos que se verificam dois meses depois do início do inquérito, com a coordenação a augurar apoios de outras entidades afins.

"Temos tido ainda dificuldade de atingir as áreas com difícil acesso, estas zonas estão identificadas e deveremos fazer solicitações às entidades afins, tal como aconteceu durante o Censo 2014, sobretudo junto das Forças Armadas e Polícia Nacional, para o apoio de meios, para atingirmos essas localidades", observou.

Segundo Paulo Fonseca, os resultados do IDREA deverão servir para o suporte de formulação de políticas e programas setoriais do Governo angolano, setor privado e da sociedade civil angolana no geral.

Os dados, sublinhou, "irão permitir igualmente ao INE revisar a base de ponderação dos índices de preços do consumidor, a estimação do consumo das famílias para as contas nacionais, a elaboração do perfil da pobreza no país e atualizar a informação sobre o emprego e/ou outros indicadores conexos".

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