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Sábado, 05 Mai 2018 19:28

É altura certa para Angola estancar subida da dívida pública - Eaglestone

O economista-chefe da consultora Eaglestone considera que este é o momento adequado para Angola estancar a subida da dívida pública dos últimos anos, aproveitando o financiamento internacional, as reformas internas e o apoio do FMI.

"Acreditamos que esta é a altura certa para Angola lidar com a subida dos níveis da dívida pública dos últimos anos", escreveu Tiago Dionísio numa nota de análise à emissão de três mil milhões de dólares em dívida pública, na semana passada.

"A atual agenda reformista do Governo e o anúncio de que o país chegou a um acordo não financeiro com o Fundo Monetário Internacional [FMI] são passos na direção certa", considerou o economista, numa nota enviada aos investidores e a que a Lusa teve acesso.

Para Tiago Dionísio, "o facto de os preços do petróleo estarem bem acima da estimativa de 50 dólares por barril impressa no Orçamento para este ano e de uma grade parte da dívida do país ser em dólares são um claro bónus para os esforços de consolidação orçamental".

Angola voltou no final da semana passada aos mercados internacionais, emitindo três mil milhões de dólares, dividido em duas tranches, com prazo de 10 e 30 anos. No prazo a 10 anos, o país endividou-se em 1,75 mil milhões, pagando 8,25% de juros, e no prazo mais longo, foi emitido o restante montante (1,25 mil milhões), à taxa de juro de 9,375%.

"Esta emissão mostra que o apetite dos investidores pelos títulos de dívida africanos em moeda estrangeira continuam bastante intactos", lê-se na análise à emissão de Angola, que juntamente com outras operações do género, eleva o total de financiamento africano nos mercados internacionais para mais de 15 mil milhões de dólares, bastante perto dos 18 mil milhões alcançados no total do ano passado e já ultrapassando o total de 2016.

"Angola juntou-se à África do Sul, Nigéria, Quénia e Senegal como o primeiro emissor de dívida a 30 anos", vinca Tiago Dionísio, lembrando que os cupões pagos nestas operações ficaram entre 8,75% e 6,75%, abaixo do valor pago por Angola.

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