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Terça, 27 Fevereiro 2018 11:25

Governo fecha quarto financiamento para a barragem de Laúca desde dezembro

O Governo angolano aprovou a contratação de mais um financiamento, o quarto em dois meses, neste caso no valor de 247,8 milhões de euros, envolvendo o Aproveitamento Hidroelétrico de Laúca, a maior barragem do país.

O negócio, entre o Ministério das Finanças de Angola e o britânico Standard Chartered Bank, foi autorizado por despacho assinado pelo Presidente angolano, de 20 de fevereiro, documento consultado hoje pela Lusa.

Em concreto, o financiamento visa a cobertura do projeto do sistema de transporte de energia associado ao Aproveitamento Hidroelétrico de Laúca, refere o mesmo documento.

O aproveitamento hidroelétrico de Laúca, no rio Kwanza e localizado entre as províncias do Cuanza Norte e Malanje, foi um investimento do Estado angolano de 4,3 mil milhões de dólares (3,5 mil milhões de euros), tornando-se a maior obra pública do país.

O Governo angolano anunciou em outubro de 2016 que estava à procura de soluções alternativas de financiamento à suspensão dos fundos de uma linha de crédito do Brasil para obras em Angola - como é o caso da barragem de Laúca - no âmbito da operação contra a corrupção Lava Jato.

A 06 de fevereiro último tinha já sido aprovado um financiamento do género, de 75 milhões de dólares (60,8 milhões de euros), junto do Banco de Desenvolvimento da África do Sul (DBSA - Development Bank of Southern Africa), para cobrir o défice no investimento naquela obra.

Estes dois contratos de fevereiro juntam-se a outros dois do género, noticiados em janeiro pela Lusa, para o mesmo efeito.

O primeiro envolveu também o Standard Chartered Bank, na altura com 220,5 milhões de euros.

Igualmente com data de 28 de dezembro, foi aprovado um acordo de financiamento com os britânicos da GEMCORP, neste caso no valor global de 150 milhões de dólares (121,7 milhões de euros), "para a cobertura do défice do projeto do Aproveitamento Hidroelétrico de Laúca", tal como o investimento garantido junto do DBSA.

Aquela barragem foi inaugurada a 04 de agosto, pelo então Presidente angolano, José Eduardo dos Santos, que colocou em funcionamento o primeiro grupo gerador, debitando na rede nacional os primeiros 334 MegaWatts (MW) de eletricidade.

Trata-se de uma obra que arrancou em 2012, a cargo da construtora brasileira Odebrecht, e que em setembro contou com a entrada em funcionamento do segundo grupo gerador, elevando a produção debitada na rede, provisoriamente, a cerca de 500 MW.

Considerada a maior obra de engenharia civil de sempre em Angola, e a segunda maior barragem em África, servirá para abastecer oito milhões de pessoas, chegando em 2018 às províncias do centro do país, como o Huambo e Bié.

Foi encomendada pelo Estado angolano, com financiamento inicial da linha de crédito do Brasil e movimentou, nas várias fases, cerca de 13.000 trabalhadores.

Entre março e meados de julho que o enchimento em Laúca condicionou a operação nas restantes barragens do rio Kwanza, devido ao reduzido caudal, limitando o fornecimento de eletricidade da rede pública a Luanda, por norma, a poucas horas por dia.

Com um volume de água de albufeira de mais de 2.500 milhões de metros cúbicos, o enchimento da barragem de Laúca só terminará em 2018, com a elevação até à quota 850, completando o reservatório na sua totalidade.

Nessa ocasião estarão em funcionamento as seis turbinas que estão instaladas, totalizando 2.070 MW de eletricidade, mais do dobro da capacidade das duas barragens - Cambambe (960 MW) e Capanda (520 MW) - já em operação no rio Kwanza.

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