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Quinta, 15 Fevereiro 2018 16:23

Governo rejeita trajetória de crescimento empobrecedor do país

O ministro de Estado para o Desenvolvimento Económico e Social de Angola disse hoje que o país "não deve entrar numa trajetória de crescimento empobrecedor", cenário que pode ser evitado através da melhoria da competitividade estrutural.

Manuel Nunes Júnior discursava em Luanda, na abertura de um seminário nacional de auscultação de empresários sobre o Programa de Apoio à Produção, Diversificação das Exportações e Substituição de Importações (PRODESI).

Este processo de auscultação iniciou-se a 25 de janeiro, tendo sido realizados vários encontros setoriais na agricultura, comércio, pescas, indústria, turismo e recursos minerais e petróleos, com um total de 1.021 empresários participantes.

"Angola não deve entrar para uma trajetória de crescimento empobrecedor. Isto é, como um agente passivo, sujeito a relações de subcontratação, dependente e com acesso apenas a segmentos de menor valor acrescentado na cadeia internacional de valor", disse Manuel Nunes Júnior.

Segundo o governante, este tipo de crescimento só pode ser evitado "se Angola despontar para o mundo com uma competitividade estrutural em determinados setores de atividade, o que pressupõe apostar na diferenciação e qualidade dos seus produtos, o que implica a existência de níveis adequados de conhecimentos e de qualificação dos seus recursos humanos".

O governante angolano referiu que o PRODESI, promovido pelo executivo, tem como base o estabelecer na prática "uma verdadeira aliança entre o Estado e o setor privado", no aumento da produção nacional, no rendimento dos cidadãos e no combate à pobreza.

O dirigente angolano apontou a necessidade de os empresários nacionais estabelecerem relações de parceria estratégica com empresários estrangeiros, possuidores de 'know-how' e de tecnologia avançada, para que Angola possa "rapidamente" ter acesso ao que de melhor o mundo pode proporcionar ao país, nos domínios empresarial e de tecnologia.

Manuel Nunes Júnior sublinhou a importância do investimento estrangeiro, para que o país tenha acesso, não só ao capital financeiro, mas sobretudo a conhecimento e tecnologia.

"Para atrair o investimento direto estrangeiro precisamos melhorar o ambiente de negócios em Angola e precisamos tornar o processo de investimento no nosso país mais célere, mas também mais eficiente, precisamos também de introduzir ajustamentos à atual Lei de Investimento Privado, processo que está em curso", admitiu.

Acrescentou que o executivo angolano não pretende que o PRODESI "seja mais um programa, como outros que já houve no passado".

"Queremos que o PRODESI marque realmente um ponto de inflexão no que respeita ao assunto do aumento da produção nacional. Nós queremos que esse PRODESI nos leve à autossuficiência no domínio alimentar. Temos de deixar de importar produtos alimentar de amplo consumo e teremos de produzi-los domesticamente, se fizermos isso a pressão sobre as divisas vai diminuir significativamente", disse.

Para o efeito, Manuel Nunes Júnior pediu ao empresariado nacional rigor, disciplina e foco nos propósitos.

Durante o processo de auscultação foram colhidas diversas contribuições, entre as quais o Governo angolano destacou a retirada do leite em pó da lista de produtos considerados prioritários para colocar uma formulação mais abrangente, designadamente o leite fresco e seus derivados.

Foram igualmente realçadas entre as contribuições a ampliação do sabão, na lista de produtos prioritários, passando a colocar toda a gama de produtos ligados à higiene e limpeza e cosméticos, bem como a necessidade de promover atividades que possam modernizar a agricultura familiar, através do apoio à produção de adubos, pesticidas, instrumentos para agricultura e outros para o setor agrário.

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