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Quarta, 27 Setembro 2017 10:06

Empresa do grupo Sonangol vende participação em imobiliária angolana

O grupo da petrolífera estatal Sonangol vai vender a participação de 51% que detém, através da SONIP, na empresa de imobiliário Kora Angola, conforme autorização presidencial deste mês, à qual a Lusa teve hoje acesso.

A SONIP é uma das várias subsidiárias da petrolífera liderada pela empresária Isabel dos Santos, neste caso para a área do imobiliário e património, tal como a Kora Angola, empresa que em 2013 recebeu um contrato do Estado angolano para a construção de 17.000 habitações, em diversas zonas do país.

Um despacho assinado a 11 de setembro último por José Eduardo do Santos, que cessou funções como presidente angolano esta terça-feira - não concorreu às eleições gerais de 23 de agosto -, autoriza a alienação total desta participação de 51% da SONIP na sociedade Kora Angola à empresa Diembo Limitada, mas sem adiantar informação sobre valores ou contornos do negócio.

"Ficam sob responsabilidade do adjudicatário todos os investimentos a serem efetuados pela referida sociedade, bem como o pagamento da totalidade dos valores devidos ao Estado pela alienação da sua participação, apurados através da avaliação patrimonial da empresa", lê-se no mesmo despacho.

O documento refere igualmente que a "atual conjuntura económica do país impõe a redução da intervenção e peso do Estado angolano na economia", além da "readequação e reorganização das empresas do setor público".

A empresária Isabel dos Santos assumiu em junho de 2016 o cargo de presidente do conselho de administração do grupo Sonangol, nomeada para as funções pelo pai, o chefe de Estado angolano José Eduardo dos Santos, tendo como missão conduzir a reestruturação da petrolífera, o maior grupo empresarial de Angola.

"A empresa estava com os cofres vazios, tínhamos muitas dificuldades e este ano tem sido um ano no fundo de gerir essas dificuldades e conseguirmos passo a passo sobreviver às dificuldades e devagarinho começar a pensar no futuro", disse Isabel dos Santos, na terça-feira, após a cerimónia de investidura de João Lourenço como Presidente de Angola, sucedendo a 38 anos de liderança de José Eduardo dos Santos.

A empresária admite que ainda é cedo para se "pensar num futuro brilhante", salientando que continua a decorrer o trabalho para se atingir a estabilidade da empresa e fazer com que as suas necessidades sejam cumpridas.

"Temos reduzido custos, temos instaurado um clima de mérito, as pessoas que merecem estão nos bons lugares, elas é que terão os cargos, tentamos mudar alguns critérios de trabalho, dar prioridade realmente ao que é importante. Quando se tem poucos recursos, quando não há muito dinheiro, é importante fazer o melhor possível com o pouco que se tem e é essa a filosofia que se tem estado a aplicar na empresa", salientou.

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