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Quarta, 05 Novembro 2014 22:23

Caso BES continua a causar desentendimento com Angola

Há quem atribua à subsidiária angolana culpas pelo colpaso do Banco Espírito Santo (BES) em Portugal. Seja como for, as relações entre ambos azedaram de vez com medidas autónomas tomadas agora pelos acionistas do BESA.

Está no segredo total o trabalho de uma comissão anunciada pelo presidente José Eduardo dos Santos para investigar a promoção a general, depois cancelada, de um agente dos serviços secretos acusado de envolvimento no assassinato de activistas Cassule e Kamulingue..

A promoção levou á suspensão do julgamento dos acusados de assassinarem Isaías Cassule e Alves Kamulingue e constituiu um sério embaraço para o presidente que foi forçado a cancelar no passado dia 22 de Setembro a promoção por si assinada.

O presidente ordenou depois uma investigação para saber como a promoção de António Manuel Gamboa Vieira Lopes tinha sido aprovada e enviada à sua assinatura, mas passados 45 dias nem a comissão de inquerito nem os serviços de apoio ao presidente se pronunciaram sobre as investigações. Para o activista Mbanza Hanza, a criação da comissão era apenas para o presidente fugir às suas responsabilidades

Não é comum a Presidência da República  ou os seus serviços de apoio se pronunciarem sobre inquéritos levados a cabo pela instituição e neste caso a situação parece estar a repetir-se.

Mbanza Hanza diz que o presidente José Eduardo dos Santos apenas mandou instaurar o inquérito para escapar às suas responsabilidades.

Mbanza adianta ainda que a revogação da promoção a general de António Manuel Gamboa Vieira Lopes, até então oficial dos serviços secretos no comando da Província de Luanda, deveu-.se às pressões existentes sobre o caso. “O recuo foi fruto da pressão e por isso não há de ser surpresa o silêncio”, disse.

O activista critica também a justificação apresentada pelo presidente ao lançar as culpas nos serviços de apoio que, contudo, até ao momento, não foram responsabilizados. “O presidente não pode tomar decisões às cegas e isso não é desculpa”, afirma Hanza.

Além de António Manuel Gamboa Vieira Lopes estão detidos mais cinco supostos assassinos dos activistas Cassule e Kamulingue.

A promoção do acusado levou  o juiz da terceira secção do Tribunal Provincial de Luanda Carlos Baltazar do Espirito Santo  a suspender o julgamento do caso, alegando incompetência por razão de hierarquia.

O processo foi  depois submetido ao Tribunal Supremo, mas até ao momento ainda não há qualquer marcação para o recomeço do julgamento.

Os advogados dos réus entendem que o processo deve continuar no Tribunal Supremo enquanto os assistentes das famílias das vítimas insistem que deve ser julgado no tribunal provincial.

A VOA tentou obter a reacção do ministro de Estado e chefe da Casa Militar Manuel Helder viera dias Kopelipa, mas sem qualquer sucesso até ao momento.

Voanews

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