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Sexta, 19 Setembro 2014 23:35

Dois mil engenheiros abandonaram Portugal nos últimos três anos

Aumenta o número de profissionais que ruma a Angola, Moçambique, Brasil e Reino Unido para trabalhar em áreas em expansão que, por cá, há muito estão em recessão.

Em Angola a Ordem dos Engenheiros angolanos afirma que os engenheiros portugueses continuam a ter mercado de trabalho em Angola.

 Atualmente mais de 600 engenheiros portugueses estão a trabalhar em Angola, mas a aposta do país na construção de infraestruturas, como portos, barragens ou estradas, é quase sinónimo de emprego garantido para outros profissionais deste ramo.

 No Porto, onde participa na conferência “Angola: oportunidades e engenharia”, José Dias revela que as áreas com mais procura são as engenharias civil, eletrotécnica, de minas e a agronomia.

 O responsável acredita que a experiência dos portugueses é uma mais-valia para o desenvolvimento do território angolano.

Desde 2011, a Ordem dos Engenheiros emitiu declarações para dois mil engenheiros irem trabalhar no estrangeiro. A maioria foi para o Brasil (400), mas, durante o primeiro semestre deste ano, foi para Angola que se dirigiu o maior fluxo destes profissionais. As saídas não são preocupantes quando se inserem numa lógica de internacionalização, mas o mesmo já não se pode dizer quando se trata de emigração, na perspetiva de Fernando Almeida Santos, presidente da Ordem dos Engenheiros na região Norte.

"A internacionalização é o que tem sucedido com os engenheiros mais experientes, que rumam geralmente a África ou o Brasil, geralmente de áreas como a construção civil, ligadas às energias ou ao petróleo, que assumem obras importantes, levam consigo tecnologia e know-how que adquiriram cá e, depois, regressam", explicou o responsável. Já no que respeita aos engenheiros emigrantes, o cenário já é "pior porque corresponde à perda de cérebros, de jovens recém-licenciados, em áreas ligadas às novas tecnologias e informática, que rumam ao Norte da Europa".

Desde 2011 e até ao final do primeiro semestre deste ano, 436 engenheiros rumaram ao Brasil, 333 foram para Moçambique, 311 instalaram-se em Angola e 137 fixaram-se no Reino Unido. Embora a maioria esteja no Brasil, há um abrandamento dos números de engenheiros deslocados para aquele país a partir do ano passado e, em contrapartida, um aumento rápido de saídas para Angola e Moçambique, à medida que também mais empresas portuguesas vão conquistando obras nesses países.

Dinheiro Vivo / RTP

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