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Sábado, 09 Agosto 2014 20:38

Manifestação em Lisboa contra uso do dinheiro público no BES

O uso de dinheiro público na solução do BES provocou uma manifestação junto à antiga sede do Banco Espírito Santo, em Lisboa. A manifestação foi convocada através das redes sociais facebook e juntou centena e meia de pessoas, foram expondo aquilo que consideram  ser uma "intervenção ilegítima".

Equipados com um megafone e cartazes, os manifestantes convidaram a pronunciar-se quem quisesse partilhar receios e indignação. Os promotores da manifestação dizem não terem ligações a partidos políticos ou a outras associações conhecidas.

Vitor Lima, um dos organizadores e economista reformado, criticou que  seja usado dinheiro do Estado para resgatar o banco, lembrando que na semana  em que se disponibilizaram 4 mil milhões de euros para capitalizar o Novo  Banco (que resultou da cisão do BES) foi retirado o complemento social a  milhares de idosos.

Enquanto fazia a sua intervenção, o economista reformado era ladeado  por uma faixa dizendo "a divida de hoje e o roubo de ontem pela classe dominante"  e um cartaz onde se podia ler "BES - corrupção sistémica".

Já a professora Isabel Pires, outra das organizadoras do protesto,  explicou que o objetivo é que esta iniciativa não seja um protesto casual,  mas que se criem grupos de trabalho para fazer mais reflexões e reparar  novas intervenções.    

Em Angola o presidente angolano uso dinheiro público e assinou "pela própria mão" a garantia de 5,7 mil milhões de dólares ao Banco Espírito Santo Angola (BESA) que protege o BES, 

A garantia data de 31 de Dezembro de 2013, não está sujeita a condições e consta de um despacho presidencial interno de José Eduardo dos Santos, em que "é autorizado o ministro das Finanças a emitir uma Garantia Autónoma" até ao valor de 5,7 mil milhões de dólares norte-americanos [cerca de 4,2 mil milhões de euros] a favor do BESA, "que assume a responsabilidade pelo bom e integral cumprimento das operações de crédito executadas".

O líder da UNITA, o maior partido da oposição, acusou o Executivo angolano de ter prestado garantias soberanas a empréstimos do Banco Espírito Santo Angola (BESA) superiores ao limite previsto e quer ver o caso esclarecido no parlamento.

Em conferência de imprensa convocada para abordar a situação social e política em Angola, Isaías Samakuva referiu-se ao processo em torno do BESA para recordar que, enquanto titular do poder Executivo, o Presidente da República está "autorizado" a conceder "garantias do Estado a operadores económicos nacionais" para desenvolvimento "de projectos de significativa importância".

De acordo com o líder da UNITA, esse limite está fixado em 245 mil milhões de kwanzas (1,8 mil milhões de euros), numa alusão à Lei do Orçamento Geral do Estado para 2014. Recordou, salientando que o Governo angolano nunca confirmou ou desmentiu a informação -, que no caso do BESA essa garantia terá ultrapassado esse valor.

Lusa  / AO24

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