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Sexta, 08 Agosto 2014 07:35

Unitel mantém braço-de-ferro e continua sem pagar dividendos à PT

Em causa estão 245 milhões de euros de 2011 e 2012 referentes à participação de 24% da PT na angolana. Isabel dos Santos pressionou para comprar.

A Portugal Telecom (PT) continua sem receber os cerca de 246 milhões de euros de dividendos em atraso referentes à participação de 25% na angolana Unitel, onde tem a empresária Isabel dos Santos como parceira. O Diário Económico apurou que não foi feito qualquer pagamento dos valores em falta, referentes a 2011 e a 2012, à operadora agora integrada na brasileira Oi.

O braço-de-ferro entre a PT e a Unitel dura já há vários meses, mas tem sido relegado para segundo plano devido ao caso Rioforte, que obrigou à renegociação dos termos de fusão com a Oi e levou, ontem, à demissão de Henrique Granadeiro (ver página 3). A operadora angolana recusa-se a pagar os dividendos à operadora por considerar que a transferência para outra entidade dentro da PT da participação na Unitel constitui uma irregularidade. E que só pagará os dividendos quando a situação for regularizada, algo que a PT garantiu que faria.

A empresária Isabel dos Santos, contudo, considera ainda que o processo de fusão é uma violação do acordo parassocial na Unitel e que os outros accionistas terão direito de preferência à participação da PT. Em Abril, a empresária exigiu que a PT indicasse um representante para "reiniciar" as negociações para a compra da participação da dona do Meo.

A PT nunca confirmou ou desmentiu as negociações relativas à venda da Unitel, mas os dividendos continuam por receber. E a posição na empresa angolana foi identificada como ‘risk factor' no prospecto da fusão. Não só pela própria situação da Unitel, mas porque a participação na angolana está incluída na Africatel, ‘holding' para as operações africanas, detida em 75% pela PT e em 25% pelo fundo Helios, através da Samba.

Esta entidade considerou também que o acordo parassocial da Africatel poderia estar em causa com a fusão com a Oi, mas mostrou-se disponível para vender a participação à PT. Os contactos entre as duas entidades estarão a decorrer mas, para já, a PT mantém apenas 75% da Africatel. Posição que, na integração com a Oi, está avaliada em três mil milhões de reais (980 milhões de euros), apurou o Económico.

África, contudo, parece ser secundária para a brasileira Oi. A empresa não especificou os resultados alcançados no segundo trimestre pelas participações africanas da PT, incluindo-os na rubrica "Outros". Esta, no primeiro trimestre, registou receitas de 147 milhões de euros, um aumento de 8% face ao homólogo.

Econômico

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