Já não é previsível que o “rating” da dívida angolana seja melhorado nos próximos meses. A agência de notação financeira Fitch retirou a notação financeira de uma perspectiva “positiva”, onde se encontrava há praticamente dois anos, e passou-a para “estável”.
Assim, é expectável que a classificação de risco da dívida de Angola continue a ser de “BB–”, o terceiro degrau dos níveis em que a Fitch deixa de aconselhar o investimento. Portugal, que pelo contrário passou a estar sob uma perspectiva “positiva”, é classificado com “BB+”, dois níveis acima da dívida angolana.
Esta revisão em baixa da perspectiva do “rating”, que serve de sinal para futuras acções,reflecte, em primeiro lugar, o facto de a “expansão do sector de gás e petróleo se ter mostrado mais desafiante do que inicialmente esperado quando a Fitch passou a perspectiva de Angola para positivo, em Maio de 2012”.
“Sem um substancial novo investimento, a produção petrolífera angolana irá começar a cair em 2016”, alerta a equipa de analistas liderada por Cármen Altenkirch no comunicado publicado esta sexta-feira, 11 de Abril.
Para a agência de notação financeira, as contas públicas de Angola estão sob projecções menos positivas do que há dois anos. “A estagnação da produção de petróleo e a queda dos preços fizeram com que as receitas petrolíferas em percentagem do produto interno bruto tivessem descido de 39% para 29% entre 2011 e 2013”, conforme aponta o documento. O saldo orçamental passou, assim, a apresentar um défice, algo que deverá manter-se no futuro.
No sentido negativo, o ambiente empresarial no país presidido por José Eduardo dos Santos ainda se encontra numa situação delicada e com vários obstáculos. A justificar o “rating” está ainda o facto de “os indicadores sociais e o capital humano” serem “fracos quando comparados com os pares”.
Ainda assim, em termos positivos, a política económica “prudente” permitiu a constituição de almofadas no saldo externo e orçamental.
Tal como a Fitch, as outras duas maiores agências de notação financeira do mundo, a Moody’s e a Standard & Poor’s, atribuem o terceiro nível de categoria especulativa à dívida angolana (“Ba3” e “BB–”).
piores previsões sobre petróleo
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