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Sábado, 01 Dezembro 2018 00:05

Angola precisa de USD 15 mil milhões para normal funcionamento - Economista

O Estado angolano precisaria de ter na Conta Única do Tesouro (CUT), em moeda externa, um mínimo de 15 mil milhões de dólares para funcionar normalmente, disse hoje à ANGOP, em Luanda, um economista próximo do Ministério das Finanças.

A fonte reagia a uma notícia posta a circular por alguma imprensa nacional e internacional, que insiste em confundir os conceitos de Reservas Internacionais Líquidas (RIL) e os recursos da Conta Única do Tesouro.

Segundo essas informações, o Governo angolano teria confirmado que, em Setembro de 2017, “havia nos cofres do Estado o valor de 15 mil milhões de dólares em Reservas Internacionais Líquidas (RIL)”.

Esta notícia “está fora do contexto” de toda a entrevista que a equipa económica do Governo angolano concedeu, na quinta-feira, a título de balanço do Programa de Estabilização Macroeconómica do Executivo (PEM), referente ao 3º trimestre deste ano, sublinhou.

Uma das revelações saídas do encontro é a de que as Reservas Internacionais Líquidas (RIL) caíram de USD 27,2 mil milhões, em 2014, para USD 15 mil milhões, em 2017.

No espaço de três anos, foram perdidos cerca de USD 12 mil milhões das reservas do Estado, anunciou ainda a equipa económica, antes de vincar que as RIL são um factor importante para a credibilidade externa do país, mas não podem ser usadas para fazer pagamentos de tesouraria, como salários da função pública e outros gastos similares do Estado.

A este propósito, os jornalistas receberam a informação de que a Conta Única do Tesouro, em moeda estrangeira, em 2013, tinha recursos avaliados em USD 15.86 mil milhões, para atingir, em Setembro de 2017, valores mínimos dos últimos anos, situando-se em USD 6.98 mil milhões.

A fonte da ANGOP destacou que esses valores mínimos é que significam “cofres vazios”, se se considerar que houve uma baixa de cerca de 2,3 vezes.

O argumento dessa expressão (cofres vazios), usada recentemente pelo Presidente da República, João Lourenço, na sua entrevista ao jornal português “Expresso”,é que é com este dinheiro que se pagam os salários da função pública, que se compram bens e serviços para o Estado e que se pagam os gastos de investimento.

O especialista consultado pela ANGOP disse que embora as Reservas Internacionais Líquidas tivessem atingido os USD 15 mil milhões, elas não podem ser “confundidas” com os recursos do Tesouro, na medida em que servem, sobretudo, para garantir a credibilidade externa do país.

Quanto aos recursos do Tesouro avaliados pela CUT, em moeda estrangeira – acrescentou o economista – estavam em mínimos históricos, ou seja, noutras palavras, os cofres de tesouraria estavam vazios.

Segundo a mesma fonte, a Conta Única do Tesouro de Angola, em moeda externa, precisaria de ter cerca de USD 15 mil milhões para o funcionamento normal do Estado, valor que existia em 2013, antes da crise económica e financeira mundial.

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