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Segunda, 01 Outubro 2018 21:41

Preço do barril de petróleo Brent sobe para U$D 84,98 maior valor desde 2014

Os preços do petróleo tiveram um salto de mais de 2 dólares nesta segunda-feira, avançando para níveis não vistos desde de novembro de 2014, com as sanções dos Estados Unidos sobre o Irã se aproximando e com o novo acordo sobre o Nafta estimulando o crescimento.

Os futuros do petróleo Brent subiram 2,25 dólares, ou 2,7 por cento, para 84,98 dólares por barril.

Em negociações pós-fechamento, o contrato continuou o rali, tocando 85,45 dólares o barril, superando os 85 dólares pela primeira vez desde o final de 2014.

Os futuros do petróleo dos EUA (WTI) ganharam 2,05 dólares, a 75,30 dólares o barril, sua máxima em quase quatro anos.

Os EUA e o Canadá fecharam um pacto no domingo para salvar o Acordo de Livre Comércio da América do Norte (Nafta), um acordo trilateral com o México.

Phil Flynn, analista no Price Futures Group, disse que o acordo do Nafta impulsionaria os preços do petróleo porque "aumenta a projeção do crescimento, não apenas para o Canadá e os EUA, mas para a América do Norte como um todo".

Investidores acumularam opções que permitem a compra do Brent a 90 dólares no fim de outubro. O interesse aberto em opções de compra a 90 dólares subiu quase 12 mil lotes na semana passada para 38 mil lotes, ou 38 milhões de barris.

Os preços mais altos do petróleo e um dólar forte poderiam atingir a demanda de crescimento no ano que vem, disseram analistas.

Por enquanto, o mercado está focado nas sanções norte-americanas contra o Irã, que entrarão em vigor no dia 4 de novembro e devem cortar as exportações de óleo do terceiro maior produtor da Organização dos Países Exportadores de Petróleo.

Especialista: barril de petróleo deve passar dos US$ 100 nas próximas semanas

O professor associado da Nottingham University Business School, Hafez Abdo, disse à agência Sputnik que os preços do barril devem superar US$ 100, apesar de países como a China e a Índia prometerem continuar comprando o petróleo iraniano.

As sanções de Trump contra o Irã entram em vigor somente no próximo mês, mas como as exportações de petróleo iraniano continuam a cair, o preço do petróleo continua a crescer. Segundo Hafez Abdo, as preocupações da comunidade internacional com o déficit no fornecimento de energia são justificáveis.

"O mundo tem todos os motivos para se preocupar com a futura escassez de oferta de petróleo e gás devido ao que está acontecendo entre os Estados Unidos e o Irã", afirmou ele.

"As sanções contra o Irã foram levantadas há alguns anos, então mais petróleo e gás entraram no mercado, fazendo os preços do petróleo caírem", explicou o especialista, para quem os preços agora devem aumentar.

Analistas do mercado já previram no início de julho que os preços do petróleo provavelmente aumentariam de US$ 4 a US$ 5. "No entanto, eles aumentaram muito mais. [Barril] custava cerca de US$ 61 em julho e agora já está custando mais de US$ 80", alertou o entrevistado.

"Por isso esperamos que os preços do petróleo aumentem para mais de US$ 100 em alguns meses ou até em algumas semanas".

Para Hafez Abdo, quando os Estados Unidos aplicarem mais sanções contra o Irã, o suprimento de petróleo iraniano será cortado e haverá pressão sobre os fornecedores da OPEP e não-OPEP para aumentar a oferta.

"No entanto, há um limite para o quanto eles podem adicionar ao mercado, especialmente para a Arábia Saudita. O máximo que podem adicionar é de um milhão de barris por dia, enquanto o corte no fornecimento de petróleo iraniano deverá ser de 2,5 milhões de barris por dia", explicou o professor.

"O conflito na Síria ainda não acabou, o Iraque não está resolvido, a Líbia não está politicamente assentada, então não há nada no mercado global que sugira que a oferta será aumentada no futuro para compensar o déficit na oferta iraniana", concluiu. Reuters /Sputnik

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