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Sexta, 15 Junho 2018 11:53

Angola volta aos tempos anteriores à crise e encaixa mais de U$ 1 bilhão com o petróleo em maio

O Estado angolano encaixou mais de um bilhão de dólares em receitas fiscais com a exportação de petróleo em maio, o valor mais alto, em moeda nacional, desde setembro de 2014, antes da crise da cotação do petróleo.

A informação resulta de uma análise da agência Lusa ao relatório de maio de 2018 do Ministério das Finanças, sobre as receitas com a venda de petróleo, bem como dos anos anteriores.

Em maio, Angola exportou 48.830.908 barris de petróleo (um aumento de quase três milhões de barris face a março), a um preço médio que aumentou, no espaço de um mês, de 65,2 dólares para 68,8 dólares, por barril.

As receitas fiscais, em kwanzas, têm vindo a subir e em maio atingiram o melhor registo em mais de três anos, em moeda nacional, mas o resultado é afetado pela forte depreciação da moeda nacional desde 2014, sendo que só entre janeiro e maio já caiu 35%, face ao euro.

As vendas globais de petróleo em abril ascenderam assim a 3.359 milhões de dólares (2.900 milhões de euros), que por sua vez representaram receitas fiscais para o Estado angolano superiores a 253.359 milhões de kwanzas (1,06 bilhão de dólares, à taxa de câmbio atual).

O Governo angolano estabeleceu o preço de referência de 50 dólares por barril de petróleo para elaborar o Orçamento Geral do Estado (OGE) para 2018, quando o valor no mercado internacional tem estado acima dos 60 dólares, desde o início do ano.

Os números de maio só encontram paralelo com o período anterior à crise da quebra da cotação do petróleo no mercado internacional, neste caso face aos 243.329 milhões de kwanzas (2,20 bilhões de dólares, à taxa de câmbio de então) em receitas fiscais petrolíferas garantidas no mês de setembro de 2014.

Em 2014, o melhor registo nas receitas fiscais geradas com a exportação de petróleo foi atingido em janeiro, então com 325.155 milhões de kwanzas (2,78 bilhões de dólares, à taxa de câmbio de então).

Na origem destes dados estão números sobre a receita arrecadada com o Imposto sobre o Rendimento do Petróleo (IRP), Imposto sobre a Produção de Petróleo (IPP), Imposto sobre a Transação de Petróleo (ITP) e receitas da concessionária nacional.

Os dados constantes nestes relatórios do Ministério das Finanças resultam das declarações fiscais submetidas à Direção Nacional de Impostos pelas companhias petrolíferas, incluindo a concessionária nacional angolana, a empresa pública Sonangol.

A Lusa noticiou em fevereiro que o Estado angolano garantiu, em 2017, mais de 8.600 milhões de euros em receitas fiscais com a exportação de petróleo, 400 milhões de euros abaixo da meta orçamentada.

De acordo com dados dos relatórios mensais do Ministério das Finanças sobre as receitas com a venda de petróleo, entre janeiro e dezembro Angola exportou 595.604.870 barris de crude, quando o Governo estipulou no OGE para 2017 uma previsão de 664,6 milhões de barris.

O acordo entre os países produtores de petróleo, com vista a reduzir a produção para provocar o aumento da cotação do barril de crude, acabou por influenciar este resultado, com a quebra no volume do petróleo garantido por Angola.

Já em termos de receitas fiscais com a venda de petróleo, o Governo angolano previa angariar 1,695 biliões de kwanzas (9.100 milhões de euros, à taxa de câmbio de 31 de dezembro de 2017), tendo garantido 1,615 biliões de kwanzas (8.670 milhões de euros, à taxa de câmbio de 31 de dezembro de 2017) em 12 meses, pelo que também falhou a meta orçamentada, por cerca de 400 milhões de euros.

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