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Quinta, 14 Junho 2018 23:43

Fábrica de cimento Secil à espera de 'aval' de João Lourenço

A cimenteira portuguesa, parceira em Angola da empresa pública Encime, está a aguardar a posição dos novos responsáveis governamentais sobre o investimento numa fábrica de cimento previsto há mais de uma década.

A Secil está presente em Angola com uma moagem de cimento, mas tem um projecto de construção de uma fábrica de cimento.

A Secil diz que as perspectivas de arranque do projecto não são susceptíveis de concretização.

“A Secil, só por si, não tem condições de avançar de imediato com o projecto, por razões societárias, cambiais e de mercado. SECIL Fonte oficial “

A Secil, que há mais de uma década tem previsto um investimento numa nova fábrica de cimento em Angola, está neste momento à espera de indicações do novo governo de João Lourenço para avaliar o futuro deste projecto, no qual já despendeu cerca de 10 milhões de euros nos trabalhos preparatórios. “Neste momento ainda estamos a aguardar informação sobre a orientação dos novos responsáveis governamentais sobre a Encime [detida pelo Estado angolano e que detém 49% da Secil Lobito] e sobre a posição no investimento previsto”, disse ao Negócios fonte oficial da cimenteira portuguesa, acres- centando que “a Secil, só por si, não, não tem condições de avançar de imediato com o projecto, por razões societárias, cambiais e de mercado”.

O grupo português tem 51% da Secil Lobito, onde o Estado angolano, através da Encime, possui 49%. Num memorando de entendimento assinado entre o Governo de Angola e a Secil em 2004, estimou-se que, num horizonte de 36 meses, a Secil Lobito iria instalar uma fábrica de cimento e clínquer no Lobito. Ainda em 2007 o Governo angola- no aprovou o projecto de investimento da nova fábrica de cimento, no montante de cerca de 91,5 milhões de dólares, o qual foi contratualizado em Dezembro de 2007.

No entanto, neste momento, a Secil está presente em Angola apenas com uma moagem de cimento. Ao Negócios, fonte oficial da cimenteira portuguesa explicou que, “sendo a empresa detida conjuntamente pela Secil e pela Encime, qualquer investimento avultado tem de ser assumido e comparticipado por ambos os accionistas, o que não sucedeu até ao momento”.

Como salientou, os trabalhos técnicos e de viabilidade estão executados, tendo inclusivamente sido dados vários passos no sentido de estabelecer o financiamento. No entanto, acrescenta, “os sucessivos adiamentos e variações da conjuntura política e económica de Angola obrigam a uma actualização desses pressupostos económicos e o envolvimento activo de toda a estrutura accionista”.

Algo que, aponta, “não sucedeu de forma consistente até ao momento”. “Logo que os decisores angolanos decidirem sobre o futuro da sua participação na empresa Secil Lobito, a Secil avaliará a pertinência e viabilidade do projecto de investimento previsto”, afirma a mesma fonte da cimenteira controlada pelo grupo de Pedro Queiroz Pereira. Como salienta, a capacidade produtiva de cimento em Angola é, neste momento, “largamente superior à procura efectiva, procura esta muito ligada à conjuntura económica associada ao ciclo de preços do petróleo”.

O grupo explica ainda que por este projecto se arrastar há mais de uma década “não é possível de imediato quantificar com detalhe os valores investidos nos trabalhos preparatórios, que rondarão os 10 milhões de euros”. Jornal de Negócios

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