Quinta, 28 de Março de 2024
Follow Us

Quinta, 07 Junho 2018 13:02

Empresas estrangeiras tiraram 2,3 bilhões de dólares de Angola em 2017 - ONU

As empresas estrangeiras a operar em Angola tiraram 2,3 bilhões de dólares do país no ano passado, de acordo com o Relatório sobre o Investimento Mundial, da Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD).

"O Investimento Direto Estrangeiro para Angola, a terceira maior economia de África, foi outra vez negativo, no valor de 2,3 bilhões de dólares, face aos 4,1 bilhões de 2016, com as filiais estrangeiras no país a transferirem fundos para o estrangeiro através de empréstimos entre companhias", lê-se no relatório divulgado hoje em Genebra.

O documento dá conta que, para além disto, o panorama em Angola é também negativo porque "a produção petrolífera declinou e os fundamentos macroeconómicos deterioraram-se".

O documento aponta para a suspensão dos novos lançamentos de poços petrolíferos em 2017, que deverão ser retomados este ano, e a elevada inflação e a escassez de moeda estrangeira como elementos que afastaram os investidores internacionais.

No continente, o fluxo de investimentos estrangeiros em África caiu 21%, para 42 mil milhões, enquanto os investimentos africanos no estrangeiro recuperaram 8%, para 12 mil milhões de dólares, alicerçados "no início da recuperação dos preços do petróleo, bem como em avanços na cooperação inter-regional através da assinatura do acordo de livre comércio na região, que deve fazer aumentar o fluxo de IDE para cerca de 50 mil milhões de dólares, este ano, "desde que o ambiente político global permaneça favorável".

O relatório da UNCTAD considera que a queda nos fluxos para África "deveu-se principalmente aos baixos preços do petróleo e aos efeitos da queda dos preços das matérias-primas, que contraiu os fluxos nas economias dependentes das exportações, como o Egito, Moçambique, Congo, Nigéria e Angola".

O IDE global caiu 23% no ano passado, para 1,43 biliões de dólares, de acordo com a análise divulgada hoje pela UNCTAD.

"As pressões descendentes sobre o IDE e o abrandamento nas cadeias de valor globais são uma grande preocupação para os decisores políticos a nível mundial, e especialmente nos países em desenvolvimento, disse o secretário-geral da UNCTAD, Mukhisa Kituyi, comentando os dados divulgados hoje em Genebra.

O abrandamento, "em claro contraste com outras variáveis macroeconómicas que registaram um aumento substancial em 2017", foi motivado em parte por uma diminuição de 22% no valor das fusões e aquisições internacionais, e os valores dos investimentos previstos, indicadores da tendência para o futuro, registaram uma queda de 14%, para 720 mil milhões de dólares.

Rate this item
(0 votes)