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Quinta, 17 Mai 2018 19:09

Casas de câmbio sem divisas querem intervenção do Presidente da República

Mercado. As casas de câmbio e agências de remessas de valores estão, há sete meses, sem obter divisas através dos leilões semanais realizados pelo Banco Nacional de Angola (BNA), o que resultou na paralisação de inúmeras delas, pondo em risco empregos de centenas de trabalhadores.

Um mês depois da Associação das Casas de Câmbio de Angola (ACCA) remeter, sem sucesso, uma carta a José de Lima Massano, visando reverter a falta de divisas que enfrentam desde Outubro de 2017, um grupo de colaboradores seus endereçou uma carta aberta ao Presidente da República, em que solicitam a sua intervenção para pôr cobro ao problema. Ouvidos pelo OPAÍS, os signatários do documento acusam o actual governador do BNA de excluir as agências de câmbio dos leilões semanais realizados no mercado primário.

“Sentimo-nos no dever de pedir ao Presidente da República, a fim de intervir na referida causa, uma vez que o Executivo que lidera definiu como estratégia, o combate à pobreza. Como será possível combatermos a pobreza quando mais de 1.500 famílias ficam sem emprego?”, questionam. No documento a que tivemos acesso, os colaboradores das casas de câmbio interrogam, igualmente, “como é possível os bancos comerciais continuarem a beneficiar dos leilões, enquanto as casas de câmbio e agências de remessas não?”. O número de colaboradores das casas de câmbio anda à volta de 600 pessoas, correspondente a 1.500 famílias.

Liberalização do preço das notas

Recorde-se que, antes de solicitarem a intervenção do Presidente da República, a associação chegou de remeter uma carta ao BNA na qual solicitou, além da inclusão nos leilões semanais, a liberalização total do preço das notas, para que cada empresa praticasse a sua tabela com vista o combater o mercado informal. Por outro lado, para colmatar a escassez de divisas e evitar o encerramento de empresas, a associação solicitou a José de Lima Massano, que autorize as operações das casas de câmbio como agentes de correctoras do mercado de capitais, e a exercerem o serviço postal em todo o país, incluindo as operações de pagamento de luz e água. Na mesma carta, a direcção da associação dirigida por Hamilton Macedo, pedia que às casas de câmbio fossem autorizadas remessas, realizar trabalhos de venda de cartões pré-pago a agentes das empresas de telemóveis. A ACCA pretende ainda, no quadro das suas actividades, realizar serviços de transferência e consultoria a pequenas empresas, importadores e exportadores de mercadorias no valor limite de USD 50 mil.

BNA vende mais de EUR 183,7 milhões

O Banco Nacional de Angola efectuou, ontem, um leilão de venda de divisas, tendo colocado no mercado primário o plafond de EUR 183,7 milhões, após mais de uma semana sem realizar vendas. O valor em leilão destina-se à abertura de cartas de crédito destinadas a assegurar a importação de mercadorias diversas, com prioridade para a importação de matérias- primas. Desta sessão não resultou qualquer alteração da taxa de câmbio. Participaram no referido leilão, 19 bancos comerciais e nenhuma casa de câmbio. O Banco Angolano de Investimento (BAI) com EUR 25 milhões, BPC (EUR 25 milhões), BCS (EUR 25 milhões), Sol (EUR 20 milhões) e Banco Económico (EUR 20 milhões) foram as instituições financeiras que mais divisas arrecadaram. O Banco Comercial do Huambo (BCH), é o que menos recebeu do total das divisas (EUR 500 mil). OPAIS

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