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Segunda, 08 Junho 2015 22:34

Santos procura milhões na China e Samakuva fala em perda de soberania

O Presidente angolano, José Eduardo dos Santos, chegou nesta Segunda-feira 8 à China, para uma visita oficial de seis dias que começa amanhã.

É a quarta visita de Santos à China e oficialmente destina-se a impulsionar as relações entre os dois países, estando prevista a assinatura de vários acordos de cooperação.

Os olhos dos analistas estão, contudo,  virados para aquilo que o embaixador angolano em Pequim, João Garcia Bires, disse ser um novo pacote financeiro para enfrentar as dificuldades que o país atravessa.

A imprensa fala de um financiamento de mais de 20 mil milhões de dólares. A confirmar-se,  os créditos concedidos pela China a Angola desde 2004 subiriam para 38 mil milhões de dólares.

"Créditos volumosos roubam parte da dignidade do povo angolano"

Em sentido contrário ao optimismo demonstrado por vários analistas ligados ao regime angolano, o presidente da UNITA alerta para os riscos de uma nova linha de crédito da China, ventilada à luz da visita do Presidente José Eduardo dos Santos.

Isaías Samakuva olha com preocupação para os sinais que apontam para a perda da soberania angolana.

Em determinados círculos políticos, aventa-se a hipótese de novas linhas de crédito, com as quais as autoridades pretenderão fazer face aos desafios impostos pelo contexto económico vigente.

Fala-se mesmo de um empréstimo a rondar os 25 mil milhões de dólares, mais ou menos o valor que certos analistas dizem conformar as receitas cambiais proporcionadas enquanto o petróleo esteve em alta.

Isaías Samakuva refere que estes créditos volumosos roubam parte da dignidade do povo angolano.

“Nós vemos os chineses a impor-nos trabalhadores chineses e os angolanos não podem dizer nada, os angolanos não podem cavar buracos nas estradas ou conduzir uma viatura?”, pergunta o líder da UNITA, para ele mesmo responder: “os chineses impõem porque dão dinheiro a Angola”.

Por seu lado, o economista Vicente Pinto de Andrade vê nas receitas cambiais uma das soluções para o momento actual e não, necessariamente, o recurso à China.

 “Não há falta de divisas, o problema é que temos de ter uma lupa porque não sabemos onde elas estão”, explica o académico.

Voanews