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Quinta, 14 Setembro 2017 22:36

CASA-CE não reconhece resultados eleitorais, mas vai assumir os seus lugares no Parlamento

O presidente da CASA-CE Abel Chivukuvuku disse não reconhecer os resultados eleitorais, mas não revelou se vai assistir à posse de João Lourenço. Ao dirigir-se aos militantes após a reunião do Conselho Presidencial da Coligação realizada nesta quinta-feira, 14, Chivukuvuku não se referiu se a CASA-CE vai assumir os 16 cargos no Parlamento, mas a VOA sabe de fonte segura que eles serão preenchidos.

Antes do acto público, na reunião do órgão, Abel Chivukuvuku impôs como condição para se manter na presidência a transformação da coligação em partido político. O facto gerou algum tumulto com dois presidentes de partidos que integram a CASA-CE a rejeitarem essa fusão.

“O CDN da CASA-CE recusa-se a aceitar os resultados ditados pela CNE em razão de os mesmos terem resultado, efectivamente, de um processo ilegal, injusto e não transparente”, denunciou o presidente da coligação, para quem os resultados eleitorais atentam contra o país, a reconciliação e o desenvolvimento do país.

“A CNE protagonizou uma atitude atentatória à paz, à reconciliação nacional, ao Estado democrático e de direito e ao desenvolvimento do país”, reiterou Abel Chivukuvuku.

No final do acto, o líder da CASA-CE recusou-se a responder se vai ou não aceitar o convite de João Lourenço para participar da sua investidura.

Chivukuvuku limitou-se a reiterar que “o que aconteceu nestas eleições são parâmentrs comportamentais do regime político angolano, que à imagem de outros regimes autoritários africanos, contribui para fazer de África, berço da humanidade, o continente mais atrasado”.(VOA)

Chivukukulu não será deputado

À semelhança da última legislatura, o presidente Abel Chivukuvuku não vai ser deputado no parlamento angolan, anunciou ainda Félix Miranda. Tudo indica que vai dedicar-se à causa da coligação, já tendo em vista as eleições de 2022.

Este dirigente da CASA-CE considerou que debilidades registadas nas recentes eleições gerais vão servir de advertência para que nas próximas eleições possam ser evitados os resultados registados este ano.

"Vimos algumas debilidades, vimos algumas fraquezas, vimos alguma força que foi identificada na CASA-CE e que vai servir de esteio para tomada de decisões e difinições para os próximos cinco anos", disse Miranda. 

UNITA e PRS falsificaram atas eleitorais?

A UNITA foi um dos partidos acusados de falsificação de documentos pelo TC, tal como o PRS. O Partido de Renovação Social já reagiu, desvalorizando a posição do órgão. 

Entretanto, analistas angolanos exigiram a abertura de uma investigação ao Presidente eleito João Lourenço, por supostamente ter violado a Lei Orgânica Sobre as Eleições Gerais.

O diploma legal define como crime eleitoral qualquer oferta ou promessa patrimonial que vise ajudar a angariar votos. Há quem acuse o cabeça de lista do MPLA, João Lourenço, de ter oferecido bicicletas, motorizadas, televisores, frigoríficos e materiais agrícolas durante a sua campanha eleitoral.

A UNITA já tinha apresentado uma queixa a propósito, entretanto, rejeitada pela Procuradoria-geral da República. Este órgão judicial alegou tratar-se de uma prática cultural angolana oferecer presentes sempre que se efetua uma visita.

Até ao fecho desta reportagem, o Comité Permanente da Comissão Política da UNITA estava reunida para, entre outros assuntos, analisar o acordão do Tribunal Constitucional que chumbou o seu pedido de recontagem dos votos e decidir como reagir.

DW África

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