Segundo o ministro do Urbanismo e Habitação, José Conceição e Silva, que falava na sexta-feira à imprensa em Luanda, à margem da cerimónia de lançamento do projeto imobiliário da baía de Luanda, o cronograma do projeto é ajustado ao financiamento da obra.
"É uma obra que está em curso (...). Há questões ligadas ao aspeto do próprio financiamento das obras. São obras muito grandes que precisam de ser estudadas, mas estão em curso. Vão sendo reajustados os cronogramas face ao financiamento desta obra", disse.
O novo aeroporto de Luanda, que está a ser erguido a 40 quilómetros da capital, começou a ser construído em finais de 2004 mas as obras pararam logo a seguir.
O projeto deveria ser financiado por fundos chineses englobados na linha de crédito aberta por Pequim para permitir a reconstrução de Angola, depois de terminado um período de três décadas de guerra civil.
O China International Fund Limited, entidade que deveria financiar o projeto do novo aeroporto de Luanda, mantém no seu site oficial esse desígnio, afirmando que tem em mãos a construção do "maior aeroporto em África", referindo-se ao que estava previsto para a comuna do Bom Jesus, a cerca de 40 quilómetros de Luanda, já na província do Bengo.
Adianta o China International Fund Limited, com sede em Hong Kong, que o projeto contempla um terminal com 160 mil metros quadrados, com capacidade para movimentar 13 milhões de passageiros/ano e ainda um terminal de mercadorias de 6,2 mil metros quadrados que permitirá escoar 35 mil toneladas por ano
A entidade chinesa não avança qualquer informação sobre o montante previsto para a sua execução.
O projeto do novo aeroporto de Luanda, que está sob responsabilidade direta do Gabinete de Reconstrução Nacional (GRN), criado pelo Presidente José Eduardo dos Santos e dirigido pelo ministro de Estado e chefe da Casa de Segurança da Presidência da República de Angola, general Hélder Vieira Dias "Kopelipa".
Em 2007, o então ministro dos Transportes, André Brandão, apontava ao Jornal de Angola como explicação para o congelamento das obras do novo aeroporto a "reavaliação do projeto e arranjos financeiros".
Brandão esclarecia ainda que o novo aeroporto não se chamaria de Luanda mas de Angola, provisoriamente, porque a sua designação final só seria atribuída depois de finalizado.
O mesmo jornal avançava que o Governo de Luanda tinha recorrido à banca comercial angolana para um empréstimo no valor de 3,5 mil milhões de dólares (2,5 mil milhões de euros) para financiar diversos projetos incluídos no programa de reconstrução nacional e que, entre estes, constava o novo aeroporto internacional.
A surpresa da paragem abrupta das obras - basicamente terraplanagens - foi idêntica ao seu início, já que estas arrancaram sem anúncio oficial ou qualquer outro tipo de divulgação.
A 18 de outubro de 2011, na abertura do Ano Legislativa da Assembleia Nacional, José Eduardo dos Santos assegurou que até 2012 será inaugurada a primeira fase da construção do novo aeroporto de Luanda.
Quatro dias depois, após uma visita de José Eduardo dos Santos às obras, o ministro dos Transportes Augusto Tomás, garantiu que o novo aeroporto ficaria concluído dentro de 26 meses.
O novo aeroporto internacional está implantado numa área de 1.324 hectares e terá duas pistas duplas com capacidade de aterragem do maior avião comercial do mundo, o Airbus A380.
A pista norte do aeroporto terá 4200 metros de comprimento, enquanto a sul, 3800 metros de comprimento, cada uma delas com 60 metros de largura cada.
LUSA
