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Quarta, 07 Novembro 2018 11:08

Malianos não abrem cantinas em Luanda e dizem estar "com muito medo"

As autoridades angolanas deram início nesta terça-feira, 6, à Operação Resgate, mas sem grandes aparatos ou demonstração de força numa iniciativa que, segundo a polícia visa repor a ordem em Luanda e noutras cidades do país.

Entre os alvos estão os taxistas sem licença, que hoje não se viram nos principais bairros da capital, e estrangeiros em situação ilegal.

As conhecidas cantinas dos malianos estiveram fechadas, cujos proprietários dizem estar com medo e escondidos.

O ministro maliano da Diáspora, Yaya Sangaré, confirma a prisão de 74 malianos, mas antes do início da operação.

“Estamos com muito medo, as cantinas estão fechadas, a situação é difícil, eu não sai de casa, tenho muito medo”, disse à VOA um maliano sob anonimato.

Trinta mil malianos em Angola

Malianos e outros cidadãos da África Ocidental em situação ilegal em Angola temem pelo seu futuro, como adiantou um cidadão da Costa do Marfim, que sublinhou que “todos estamos com medo e sem saber o que fazer”.

Por seu lado, ministro maliano responsável pela Diáspora, Yaya Sangaré, disse ao Serviço Bambara da VOA haver cerca de 30 mil malianos no país.

“Desde que a operação começou até agora, segundo a embaixada e o comité de malianos em Angola há 74 detidos em Luanda”, revelou Sangaré.

Quem também confirmou a presença de malianos na prisão de Viana, foi o director nacional do Serviço Jesuíta para os Refugiados, Padre Celestino Epalanga.

“Efectivamente, a informação é que há malianos no Centro de Detenção de Estrangeiros e Imigrantes no município de Viana e os nossos advogados, coincidentemente, encontraram ontem o pessoal do Consulado do Mali que deve estar a tentar ajudá-los”, disse o padre Epalanga à VOA, que não pôde confirmar o número, mas “são muitos”.

Enquanto não há números sobre a Operação Resgate que formalmente arrancou hoje, recordo que na semana passada, o Serviço de Migração e Fronteira expulsou 583 cidadãos estrangeiros por "decisão judicial e administrativa", e deteve cidadãos por "permanência e auxílio à imigração ilegal".

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