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Domingo, 14 Outubro 2018 15:18

Governo angolano reforça combate ao garimpo diamantífero e imigração ilegais nas Lundas

Camiões transportam congoleses, garimpeiros ilegais de diamantes na província da Lunda Norte Camiões transportam congoleses, garimpeiros ilegais de diamantes na província da Lunda Norte

O Governo angolano comprometeu-se a combater a imigração ilegal, exploração e tráfico ilícito de diamantes pelo menos até 2020, através da "Operação Transparência", assumida pelos órgãos de segurança e ordem interna, disse o governador da Lunda Norte.

Garimpeiros procuram ouro nas montanhas que circundam a cidade de Manica, Moçambique, 14 de janeiro de 2012. À minúscula e montanhosa cidade de Manica, na província com o mesmo nome, no centro de Moçambique, onde circulavam luxuosas viaturas importadas, está a "retornar o rosto de pobreza" devido ao "bloqueio de contrabando de diamantes" do 

Citado hoje pela agência noticiosa angolana Angop, Ernesto Muangala falava sábado numa conferência de imprensa de balanço preliminar da operação iniciada a 25 de setembro, em que precisou que se vão encerrar as casas de vendas de diamantes e prender os seus mentores, assim como expulsar imigrantes ilegais "endémicos" nas províncias da Lunda Norte, Lunda Sul, Cuando Cubango, Moxico, Malanje, Uíge e Bié.

O governador justificou a realização da operação, que já prendeu mais de 200 mil imigrantes estrangeiros ilegais, com a necessidade de se reorganizar a exploração semi-industrial de diamantes no país.

Iniciativa do Presidente de Angola, João Lourenço, a "Operação Transparência" prevê expulsar todo o estrangeiro em situação irregular no país e que financia a exploração ilegal de diamantes, além de punir os cidadãos nacionais que auxiliam a imigração ilegal, pondo em risco a soberania angolana e a economia nacional.

Depois de se reorganizar a exploração semi-industrial, "cujos prejuízos são intangíveis até ao momento", acrescentou Ernesto Muangala, o Governo passará o processo aos angolanos para diminuir o desemprego na província, estimado em cerca de 50 mil pessoas, maioritariamente jovens.

Até agora, o processo levou ao encerramento de mais de 100 casas de comercialização ilegal de diamantes na Lunda Norte, nos municípios do Lucapa, Cuango, Cangulo e Xá Muteba, 200 mil imigrantes ilegais deixaram voluntariamente o país, enquanto outros sete mil foram repatriados, maioritariamente para a República Democrático do Congo (RDCongo), e, com menor expressão, para a República do Congo, Mali, Eritreia e Mauritânia.

Os meios apreendidos durante a "Operação Transparência" serão penhorados pelo Estado angolano, com excepção dos que se provem legais.

Enquanto durar o processo de reposição da ordem no sector da extracção artesanal dos diamantes, dominado por congoleses oriundos da RDCongo, país vizinho que partilha uma fronteira de 770 quilómetros, 120 dos quais fluviais, o governo provincial cessa a cedência de licenças quando, até ao final de 2017, tinham sido emitidas cerca de uma centena.

Entre o início da operação, a 25 de Setembro, até 04 deste mês, foram recuperados três mil diamantes de vários quilates, 80 mil dólares e 2,5 milhões de kwanzas, além da apreensão de 150 viaturas de diversas marcas usadas nas áreas de garimpo.

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