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Terça, 04 Setembro 2018 23:16

Líder de associação dos antigos combatentes das FAPLA nega acusações de fraude

O presidente da ASCOFA - Associação de Apoio aos Combatentes das ex-Forças Armadas Populares de Libertação de Angola (FAPLA) considerou hoje "caluniosas" as acusações de alegados desvios de cinco milhões de dólares e de mais de 200 viaturas.

António Fernando Samora, que falava hoje em conferência de imprensa, em resposta às acusações feitas, na segunda-feira, por dezenas de associados, negou com "veemência" as acusações, referindo que o "grupinho" deve responder junto do tribunal.

Segundo o presidente da ASCOFA, os elementos que levantaram as preocupações e querem esclarecimentos da direção da Associação "são apenas um grupo de oportunistas que procura criar pânico no seio de verdadeiros ex-militares das FAPLA".

"Porque um militar saído das FAPLA, pela disciplina e organização que sempre tivemos, nunca teria aparecido a desafiar os seus responsáveis", disse.

Dezenas de ex-militares das ex-FAPLA, exército do MPLA, acusaram segunda-feira a ASCOFA de ter desviado cinco milhões de dólares, mais de 200 viaturas e exigiram explicações e a demissão da direção, conforme noticiou a Lusa.

Segundo os ex-militares do antigo exército do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA, no poder), a atual direção da ASCOFA "nunca realizou qualquer assembleia para renovação de mandatos e deu "destino incerto a vários apoios" prestados pelo Estado.

"A nossa reclamação prende-se com a má gestão da ASCOFA, sobretudo na pessoa do presidente de direção. A ASCOFA foi fundada em 2011 e nunca tivemos uma assembleia de renovação de mandato", lamentou Caetano Marcolino, aos jornalistas.

Segundo António Fernando Samora, as viaturas que citadas na reclamação dos associados "não pertencem à atual direção da ASCOFA, mas "a um consórcio que teve como propósito responder às várias preocupações" dos membros da associação.

"[A ASCOFA] não é a dona dessas viaturas. Nunca recebemos essas viaturas. Foi apenas uma indução em erro. O que posso aqui dizer é que a ASCOFA foi convidada no sentido de engrenar numa parceria com o consórcio ABC. Este consórcio era para se fazer chegar algumas viaturas às mãos de alguns ex-militares e o consórcio, por sua vez, havia solicitado uma lista nominal dos primeiros beneficiários e nós apresentamos", adiantou.

O presidente da Associação de Apoio aos Combatentes das ex-FAPLA revelou que o consórcio formalizou apenas a entrega das viaturas sob o olhar da imprensa, mas, realçou, retirou as chaves das mãos dos beneficiários.

"O grupinho que está aí a fazer confusão deve é contestar à porta do consórcio e não à porta da direção nacional da ASCOFA. A ASCOFA nunca teve oficialmente essas viaturas que se faz aqui referência", sustentou.

"E também por terem sido consideradas calúnias graves contra o presidente da ASCOFA, há já um processo-crime entregue as autoridades judiciais. Vamos aguardar o pronunciamento das autoridades", assegurou.

Em relação aos fundos, acrescentou, a ASCOFA "nunca teve um orçamento".

"Recebe apenas um subsídio do Ministério dos Antigos Combatentes, que oscila entre um e três milhões de kwanzas [entre 3.086 e 9.260 euros]. É um subsídio que não se destina aos associados, mas sim aos trabalhos administrativos da ASCOFA", sustentou.

António Fernando Samora é também acusado de ter desviado cerca de cinco milhões de dólares aparentemente entregues pelo ex-Presidente angolano José Eduardo dos Santos para apoiar os antigos combatentes das FAPLA.

O presidente da ASCOFA refutou as acusações, argumentando tratar-se de "preocupações infundadas desse grupinho", porque realçou, o "montante nunca existiu".

"Agora, esses cinco milhões de dólares que dizem, a Presidência do país continua e podem contactar a direção de finanças da Presidência da República, porque esse montante não existe. São preocupações infundadas desse grupinho"m referiu.

Questionado sobre não realização de assembleias de renovação de mandatos, em 17 anos de existência da ASCOFA, o líder associativo assegurou que irão ser realizadas eleições "ainda este ano".

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