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Quinta, 02 Agosto 2018 20:43

Kabila em Angola omisso sobre recandidatura às Presidenciais na RDCongo

O Presidente da República Democrática do Congo (RDCongo), que chegou hoje a Luanda para uma visita de trabalho de 24 horas, não fez qualquer referência a uma eventual recandidatura às eleições congolesas de dezembro, limitando-se a enaltecer as relações de cooperação com Angola.

Joseph Kabila, numa breve declaração, sem direito a perguntas, feita no final de um encontro com o seu homólogo angolano, João Lourenço, com quem esteve reunido quase duas horas no Palácio Presidencial, manifestou vontade em reforçar as relações económicas e comerciais com Angola.

A pouco menos de uma semana do final do prazo para a entrega das candidaturas às presidenciais congolesas de dezembro próximo, a 08 deste mês, Kabila ainda não deu qualquer indicação sobre se se recandidata ou não, mesmo que esteja constitucionalmente impossibilitado, uma vez que já cumpriu dois mandatos.

As eleições congolesas estiveram inicialmente marcadas para dezembro de 2016 e, "por razões técnicas", foram adiadas para o mesmo mês de 2017, não se tendo chegado a acordo para a concretização da votação, uma vez que Kabila voltou a adiá-las para 23 de dezembro deste ano.

Num discurso proferido a 19 de julho, em Kinshasa, Kabila realçou o seu "compromisso com a Constituição", mas sem avançar se aspira à reeleição, proibida precisamente pela Carta Magna do país.

Hoje, na breve declaração à imprensa, que, ao contrário do que esteve previsto, não houve direito a perguntas, Kabila deu conta do interesse da RDCongo em reforçar as "já muito boas" relações bilaterais, definindo as áreas do comércio (os dois países partilham quase 2.000 quilómetros de fronteira), económicas e também ligadas às infraestruturas.

O projeto que mais destacou foi o da reativação da linha de ferro de Benguela até à fronteira com a RDCongo, para que o sul do país possa ter acesso ao porto do Lobito, infraestrutura que, disse, tenciona visitar até ao fim do ano em curso a convite de João Lourenço.

"Apesar de as relações serem muito boas, ainda há muito a fazer, um longo caminho a percorrer para as melhorar", sublinhou o chefe de Estado congolês, que, na intervenção, acabou por nem sequer falar do processo eleitoral no país, tema que, porém, foi abordado por João Lourenço.

"Recebemos hoje o Presidente da RDCongo num momento particular que se vive no país. Fui informado sobre o facto de o processo de organização de eleições está a decorrer normalmente, que está a dar os passos normais. Congratulamo-nos com esta situação, que é uma boa nova que Kabila nos trouxe", sublinhou o Presidente angolano.

Sobre as relações bilaterais - os dois países partilham uma fronteira terrestre de mais de 1.000 quilómetros -, João Lourenço "confirmou" serem "muito boas" - "estamos condenados a dar-nos bem" -, defendendo o incremento das áreas empresariais e económicas.

Durante a estada em Angola, de onde partirá sexta-feira às 12h00 locais (mesma hora em Portugal), Kabila, depois de cumprir a parte oficial, de manhã, está a ser obsequiado com um almoço no Palácio Presidencial, última etapa do dia de hoje.

Sexta-feira, e antes de deixar o país, vai visitar a empresa SONILS, do grupo Sonangol, na presença do ministro dos Transportes, Ricardo de Abreu, e dos Recursos Naturais e Petróleos, Diamantino de Azevedo.

Desconhece-se, face às palavras de hoje, se ficam anuladas as "breves declarações à imprensa" previstas para o aeroporto de Luanda antes da partida de Kabila para Kinshasa.

A deslocação de Kabila a Luanda esteve prevista para 23 de julho último, mas acabou por não se concretizar por falta de confirmação do Presidente congolês.

A reunião com o seu homólogo de Angola deveria acontecer na província angolana de Benguela, mas a agenda do encontro não era conhecida.

A situação político-militar na RDCongo tem sido uma preocupação de Angola que, através da Comunidade Internacional da Região dos Grandes Lagos (CIRGL), tem desenvolvidos esforços diplomáticos para a estabilidade no país vizinho.

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