Print this page
Quarta, 17 Junho 2015 12:01

Santoro da Isabel dos Santos diz que oferta do CaixaBank "morreu"

A Santoro, da angolana Isabel dos Santos, considera que a OPA do CaixaBank sobre o BPI "morreu" com o chumbo de hoje dos acionistas à desblindagem dos estatutos, reiterando-se empenhada na fusão do banco com o Millenium BCP.

"Nós nunca escondemos que gostaríamos de ter uma outra solução, uma solução mais inclusiva, que criasse um líder de mercado que passa pela fusão entre o Millenium BCP e o BPI. Mas é algo que não é o momento para discutirmos hoje, é algo para se ver a seu tempo", afirmou o presidente do Conselho de Administração da Santoro Finance, Mário Silva, em declarações aos jornalistas no final da assembleia-geral do banco português, que decorreu no Porto.

Assegurando que "a Santoro continua comprometida a dialogar com todos os acionistas" e "a construir a melhor solução para o futuro do BPI, que preserve a estabilidade financeira da instituição e que vá de encontro a todos os objetivos dos acionistas", Mário Silva remeteu, contudo, esta discussão para o "momento adequado".

"Não me vou pronunciar [sobre a Oferta Pública de Aquisição (OPA)]. Temos que aguardar, há várias opções ainda possíveis, portanto vamos tranquilamente continuar a seguir o processo", disse.

No entanto, quando questionado pelos jornalistas sobre se a OPA, nas condições atuais, "morreu", o empresário admitiu que sim, "morreu", porque "não reúne as condições que foram enunciadas à partida para ter sucesso".

E acrescentou: "Nós desde o início que fizemos fazer que, nos termos em que a OPA foi inicialmente apresentada ao mercado, não contaria com o nosso apoio e, portanto, penso que estamos a ser totalmente consistentes com aquilo que sempre dissemos desde o início".

O presidente da Santoro tem vindo a apresentar a fusão com o BCP como "uma alternativa viável" à OPA, tratando-se de uma solução geradora de valor para os acionistas dos dois bancos ao permitir criar "o maior banco português, com posições de referência em três mercados de extremo potencial - Angola, Moçambique e Polónia".

O CaixaBank lançou a 17 de fevereiro uma OPA sobre a totalidade do capital do BPI a 1,329 euros por ação. Duas semanas depois, a angolana Isabel dos Santos avançou uma proposta alternativa de fusão entre o BPI e o BCP, que permitiria criar a maior entidade bancária portuguesa.

Hoje reunidos em reunião magna, os acionistas do BPI decidiram chumbar a desblindagem dos direitos de voto a 20% no banco, que era uma condição essencial para o sucesso da OPA.

Esta alteração dos estatutos do BPI teria de ser aprovada por 75% do capital presente em assembleia, o que significa que Isabel dos Santos, que tem 19% do capital, conseguiu vetar a desblindagem, "matando" a OPA ou forçando uma revisão dos seus termos.

Segundo um comunicado do banco, a proposta de desblindagem dos estatutos "obteve votos a favor de apenas 52,45%", pelo que as "alterações não foram aprovadas".

Na assembleia-geral de hoje foram retomados os trabalhados iniciados a 29 de abril passado e que haviam sido suspensos para permitir que, entretanto, a OPA do CaixaBank fosse registada e os acionistas ficassem na posse todos os elementos sobre a operação, o que, contudo, acabou por não acontecer, por não terem ainda sido emitidas todas as autorizações necessárias para publicação do prospeto da operação.

Lusa

Rate this item
(0 votes)

Latest from Angola 24 Horas

Template Design © Joomla Templates | GavickPro. All rights reserved.