Segundo decretos do presidente angolano, José Eduardo dos Santos, o apoio de Wall Street ascende a 500 milhões de dólares – 250 milhões da Goldman Sachs norte-americana e outros 250 milhões da Gemcorp Capital LLP, baseada no centro financeiro (“city”) de Londres. Os dados foram avançados pelo Jornal de Angola.
Embora tenha vindo a reduzir a sua participação, a Goldman Sachs ainda é acionista minoritária da Cobalt Energy, empresa de exploração de petróleo que atua no “off-shore” de Angola.
Nos Estados Unidos, esta petrolífera foi recentemente acusada de pagamento de subornos a entidades estrangeiras para assegurar negócios. A queixa refere a participação de altos responsáveis angolanos, entre eles Manuel Vicente, ex-presidente da Sonangol e atual vice-presidente, numa sociedade parceira da Cobalt, Nazaki Oil and Gaz.
Na sua recente mensagem de Ano Novo, o presidente angolano aludiu à diminuição das receitas do petróleo numa perspectiva mais austera do que vinha fazendo. Alertou para consequências como o abandono ou o protelamento de políticas e/ou planos de investimento público. Os dirigidos à redução da pobreza seriam a única excepção.
Segundo o Africa Monitor Intelligence, a pobreza que atinge parte substancial da população e as desigualdades consideradas flagrantes entre estratos, é usualmente identificada como foco potencial de eventuais convulsões internas. O outro é a chamada intolerância política, a que o presidente também prestou atenção.
Entre as medidas já anunciadas pelo governo angolano estão cortes nos gastos com Educação e congelamento de contratações. Em vista está um corte adicional de 20 por cento nas despesas.
As receitas petrolíferas representam perto de 75 por cento das receitas fiscais e a quase totalidade das exportações angolanas. Depois de ter superado os 115 dólares em junho, o barril de petróleo tocou nos 45 dólares este mês.
A dívida pública deverá chegar a 47 mil milhões de dólares, com base num valor de 81 dólares por barril.
Angola já tinha assegurado em dezembro do ano passado um empréstimo de 2 mil milhões de dólares, concedido pela China.
AM