Em Angola a Ordem dos Engenheiros angolanos afirma que os engenheiros portugueses continuam a ter mercado de trabalho em Angola.
Atualmente mais de 600 engenheiros portugueses estão a trabalhar em Angola, mas a aposta do país na construção de infraestruturas, como portos, barragens ou estradas, é quase sinónimo de emprego garantido para outros profissionais deste ramo.
No Porto, onde participa na conferência “Angola: oportunidades e engenharia”, José Dias revela que as áreas com mais procura são as engenharias civil, eletrotécnica, de minas e a agronomia.
O responsável acredita que a experiência dos portugueses é uma mais-valia para o desenvolvimento do território angolano.
Desde 2011, a Ordem dos Engenheiros emitiu declarações para dois mil engenheiros irem trabalhar no estrangeiro. A maioria foi para o Brasil (400), mas, durante o primeiro semestre deste ano, foi para Angola que se dirigiu o maior fluxo destes profissionais. As saídas não são preocupantes quando se inserem numa lógica de internacionalização, mas o mesmo já não se pode dizer quando se trata de emigração, na perspetiva de Fernando Almeida Santos, presidente da Ordem dos Engenheiros na região Norte.
"A internacionalização é o que tem sucedido com os engenheiros mais experientes, que rumam geralmente a África ou o Brasil, geralmente de áreas como a construção civil, ligadas às energias ou ao petróleo, que assumem obras importantes, levam consigo tecnologia e know-how que adquiriram cá e, depois, regressam", explicou o responsável. Já no que respeita aos engenheiros emigrantes, o cenário já é "pior porque corresponde à perda de cérebros, de jovens recém-licenciados, em áreas ligadas às novas tecnologias e informática, que rumam ao Norte da Europa".
Desde 2011 e até ao final do primeiro semestre deste ano, 436 engenheiros rumaram ao Brasil, 333 foram para Moçambique, 311 instalaram-se em Angola e 137 fixaram-se no Reino Unido. Embora a maioria esteja no Brasil, há um abrandamento dos números de engenheiros deslocados para aquele país a partir do ano passado e, em contrapartida, um aumento rápido de saídas para Angola e Moçambique, à medida que também mais empresas portuguesas vão conquistando obras nesses países.
Dinheiro Vivo / RTP